patrimônio é presente: por que conservar é também projetar o futuro
- studionidoloom
- 24 de jul.
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quando falamos em patrimônio, é comum imaginar algo distante, preso ao passado, quase intocável. mas, na verdade, conservar é um gesto de presença. é uma escolha que carrega responsabilidade e afeto, que valoriza a história sem engessá-la, permitindo que ela se transforme e siga viva no cotidiano.
preservar não é apenas restaurar fachadas ou manter estilos vivos, é entender o contexto, escutar os silêncios das paredes, reconhecer o valor de um traço, de um material, de um uso que atravessou décadas. é permitir que edifícios continuem contando histórias, mas também abriguem novas.
no studio nido, reunimos alguns exemplos dessa força do tempo na série tempo em ruínas, publicada no nosso instagram. cada imagem, cada texto, é um convite a olhar com mais cuidado para o que permanece.
o museu de arte contemporânea do paraná, no centro de curitiba, está fechado para reforma desde 2019. o prédio histórico de 1928 resiste ao tempo, mesmo sem uso. seu acervo permanece. seu espaço, não. e esse vazio nos lembra que patrimônio também precisa de cuidado constante para seguir ativo.
o edifício garmatter, também em curitiba, já foi açougue e hoje repousa em silêncio na esquina de suas ruas movimentadas. sua fachada revela o traço da arquitetura de época, com aberturas generosas e elementos que ainda guardam a memória do comércio local. é um exemplo de como o cotidiano também pode ser parte do patrimônio.
o antigo edifício da escola de música e belas artes do paraná, na rua emiliano perneta, 179, abrigou a embap por décadas, entre 1951 e 1991, e depois novamente entre 1993 e 2010. antes disso, já havia sido sede de outras instituições públicas. desde que foi desocupado por questões estruturais, permanece fechado, tombado e silencioso, mesmo com projetos de restauro que nunca saíram do papel. sua história é múltipla. e seu futuro, incerto.
e a villa campo largo, no bairro rebouças, segue resistindo. construída no século 19, quando curitiba ainda era outra, ela permanece imponente em meio aos prédios e avenidas. fechada, mas pulsante. um símbolo de como o tempo passa, mas deixa marcas que não devem ser apagadas.
falar sobre patrimônio é, para nós, falar sobre futuro. é por isso que escolhemos olhar com cuidado para cada detalhe quando atuamos com imóveis históricos. porque cada intervenção é também um gesto de continuidade. uma forma de reverter as lacunas que o vazio da desocupação em novas maneiras de uso, permitindo que o passado dialogue com o que ainda está por vir.
nem todo projeto começa do zero. alguns começam com o que já existe, e precisam de quem saiba continuar. se for o seu caso, entre em contato com a gente.
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